martes, 18 de marzo de 2008

CIVIDADE DE TERROSO ( PÓVOA DE VARZÍM )

"A Cividade de Terroso é um dos mais castros de maior tradição na investigação no Norte de Portugal, tendo as primeiras escavações sido realizadas em 1906. A popularidade do povoado nos meios científicos deve-se ao facto de uma planta geral do castro, relativamente exacta, ter sido publicada na década de 1930, o que tornou a estação paradigmática do que então se pensava corresponder a um dado modelo de organização espacial do habitat castrejo. Efectivamente, aquela planta ilustra muitas dezenas de construções do povoado, de diferentes tipologias arquitectónicas mas também de distintas fases da vida do castro, do que resulta um plano aparentemente desorganizado e sem qualquer princípio ordenador. Trabalhos arqueológicos modernos, feitos segundo critérios estratigráficos, vieram demonstrar, pelo contrário, que o urbanismo da fase final de ocupação da Cividade, após os meados do séc. II a.C. se desenvolveu segundo arruamentos ortogonais, para os quais abriam núcleos familiares, num esquema similar ao de povoados coevos, como Briteiros ou Sanfins.
O castro deverá ter sido habitado desde os finais da Idade do Bronze (X-VIII a.C.), desenvolvendo-se de forma mais clara e com a petrificação das habitações, todas de planta circular, entre os séculos V e II a.C. Nos finais do séc. II antes de Cristo o povoado terá sido destruído por um extenso incêndio, ocorrência que tem sido ligada à passagem do exército de Décimo Júnio Bruto, por volta de 137 a.C. Não estando documentada historicamente qualquer batalha no local, o facto é que após aquela data tem lugar um completo reordenamento urbano e arquitectónico da Cividade, vulgarizando-se as plantas rectangulares, a cobertura dos edifícios com telha de tipo romano, a nuclearização das construções e outros indícios de aculturação.
No interior da tripla linha de muralhas que cerca o povoado, podem observar-se construções de grande interesse e diversidade, merecendo destaque também a circunstância de terem sido encontrados neste castro pequenos recintos funerários, com cistas que continham urnas de incineração, documentando práticas sepulcrais, o que é extremamente raro no mundo castrejo.
O acesso à Cividade pode fazer-se, para quem venha do Porto ou de Viana do Castelo pelo IC1, da seguinte maneira. Deverá sair-se na Póvoa de Varzim e virar para Amorim, seguindo pela E.N. 205. Cerca de 2 km adiante, nos semáforos de Terroso, virar-se-á à direita, seguindo-se até à Igreja e daí ao largo do Cruzeiro, onde poderão ser deixadas as viaturas. Duas centenas de metros adiante encontra-se o sopé do castro. " (M. Silva)

Bibliografia
Gomes, José M. Flores; Carneiro, Deolinda – Cividade de Terroso. Póvoa de Varzim:
Câmara Municipal/Museu Municipal, 1999.

Nota.- En las fotografías que ilustran el comentario, se pueden apreciar dos panorámicas generales del área excavada del castro, que ofrece gran cantidad de construcciones bien conservadas.

2 comentarios:

HistóriGeo Portugal dijo...

É um dos castros mais interessantes que já visitei e felizmente está bem conservado.
O museu é um bom complemento a esta estação arqueológica/cividade de terroso.
Parabéns aos responsáveis...
Eduardo Carneiro

Tiago dijo...

O nome Varzim escreve-se sem qualquer acento gráfico no I.